quarta-feira, 30 de junho de 2010

o caso nao foi encerrado

O engenheiro da Defesa Civil do município, Luís André Moreira Alves, que recebeu denúncia de um ex-funcionário do parque Terra Encantada, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, apontando falhas na manutenção dos brinquedos, confirmou ter recebido o documento, em depoimento nesta quarta-feira (30) na 16ª DP (Barra). Segundo ele, técnicos do órgão realizaram uma “vistoria visual” no parque, onde uma mulher de 61 anos morreu no dia 19, mas não constataram irregularidades aparentes.

A denúncia foi encaminhada ao engenheiro Luís André, então coordenador técnico da Defesa Civil, por um funcionário do parque, no dia 10 de fevereiro, por discordar da forma como era feita a manutenção dos equipamentos. Contrariado, ele pediu demissão da empresa.

'Defesa Civil não tem função de fiscalizar'
Em depoimento ao delegado Rafael Willis, responsável pelas investigações, o engenheiro civil, que se apresentou como assessor especial de Defesa Civil do município, afirmou que no dia 17 de fevereiro, ou seja, uma semana depois da denúncia, foi feita uma “análise técnica visual” no parque e “não constataram irregularidade visual acerca das estruturas dos brinquedos”.

O engenheiro disse ainda que a Defesa Civil não possui a função de fiscalizar parques de diversões e sim o Corpo de Bombeiros. Mas que não foi enviado nenhum comunicado ao outro órgão e nem mesmo interditado o estabelecimento porque a documentação estava de acordo com a legislação em vigor.

Terra Encantada reproduçãoTerra Em documento, técnico diz discordar da forma como era feita a manutenção do parque (Foto: Reprodução)

Luís André afirmou que a Defesa Civil conseguiu localizar a ocorrência aberta a partir da denúncia feita pelo ex-funcionário, e que ela será entregue ao delegado na quinta-feira (1º). Em resposta a uma consulta feita semana passada pelo G1, a assessoria informou que não havia encontrado o documento.

Ex-funcionário será chamado
O delegado Rafael Willis, que terá acesso ao boletim, pretende chamar também o ex-funcionário do parque para prestar esclarecimentos sobre as supostas irregularidades na manutenção dos brinquedos.

No documento encaminhado à Defesa Civil municipal e ao Conselho Regional de Engenharia (Crea), o ex-funcionário de manutenção do Terra Encantada alertava para a falta de segurança e pedia uma inspeção técnica no local.

“Não concordava com a canibalização dos equipamentos, a forma irresponsável que estavam tratando a segurança e a manutenção dos brinquedos. Os equipamentos estavam funcionado com material desgastado porque não queriam comprar peças de reposição”, afirmou o técnico em entrevista ao G1

O delegado Rafael Wllis aguarda ainda o laudo da perícia realizada pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) logo após a morte a auxiliar de cozinha Heydiara Lemos Ribeiro para concluir o inquérito.

O diretor operacional do parque, Marcos Vinícius Gomes dos Santos, e o engenheiro responsável, Arlen Sandeuscristo Simplício, que já prestaram depoimento na delegacia, foram indiciados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

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